A Síndrome de Li-Fraumeni (LFS) é caracterizada por múltiplos tumores primários em crianças e adultos jovens, sendo predominantemente tumores de partes moles, osteossarcomas, câncer de mama, tumor de SNC, carcinoma adrenocortical e leucemia.
É uma síndrome rara de predisposição ao câncer com caráter autossômico dominante, alta penetrância e associada à mutação germinativa no gene TP53.
Incidência
Estão identificadas, na literatura científica, 264 mutações germinativas, descritas em 261 famílias ou indivíduos e depositadas no banco de dados de mutações em TP53 da International Agency for the Research on Cancer (IARC).
Espectro
Diversos tipos de tumores malignos estão diretamente relacionados à LFS, tais como: sarcoma, leucemia, tumores do sistema nervoso central, tumores adrenocorticais e câncer de mama de início em idade jovem (Quadro 1). Devem-se relacionar, ainda, outros tipos de câncer que são frequentes em famílias com LFS, dentre eles melanoma, tumores de células germinativas, tumores gástricos e tumor de Wilms e outros em casos individuais de LFS, tumores de pâncreas, pulmão, laringe, próstata e linfomas.
Quadro 1 - Tumores mais frequentemente associados a LFS e LFL (Li-Fraumeni Like)
Tumores infantis
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Sarcoma
Leucemia
Tumor do sistema nervoso central
Câncer adrenocortical
Tumor de Wilms
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Tumores em adultos
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Cancro de mama
Melanoma
Tumor de células germinativas
Câncer gástrico
Câncer de pâncreas
Câncer de pulmão
Câncer de laringe
Câncer de próstata
Linfoma
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Penetrância | Idade
Estima-se que pacientes com LFS apresentam 50% de probabilidade de desenvolver tumores antes dos 30 anos de idade, comparados a 1% na população geral; e que 90% dos portadores desenvolvem cancro até aos 70 anos de idade. Portadores que desenvolveram tumor na infância são mais susceptíveis ao desenvolvimento de tumores secundários e têm risco aumentado para o desenvolvimento de múltiplos tumores primários. Esses pacientes apresentam maior incidência de tumores secundários em regiões tratadas por radioterapia e o risco aparenta ser maior em mulheres, em parte devido ao alto risco de desenvolvimento de cancro de mama.
Genes Envolvidos|Função
O papel do gene TP53 na regulação do ciclo celular e sua participação direta no controle da apoptose são determinantes, recebendo o gene por isso a denominação de “guardião do genoma”. O TP53 é um gene supressor de tumor localizado no braço curto do cromossomo 17, com o tamanho aproximado de 20 kb e contendo 11 Exões. O TP53 codifica uma proteína de 393 aminoácidos que se liga a sequências específicas de DNA e age como fator de transcrição dos genes reguladores do crescimento celular. A proteína TP53 é rapidamente convertida a sua forma ativa sob a ação de fatores que destroem o DNA e está inativa na maior parte dos cânceres humanos devido a mutações no gene TP53 ou por ação de proteínas virais. A perda de heterozigose leva à inativação do alelo selvagem nos tumores LFS, assim como em tumores esporádicos.
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