Síndrome de Alice no País das Maravilhas
Há 150 anos, o livro “Alice no País das Maravilhas”, escrito por Lewis Carroll, foi publicado e encantou milhões de pessoas no mundo. Em 1955, 90 anos depois da primeira impressão do best-seller, o psiquiatra John Todd descobriu que alguns de seus pacientes tinham as mesmas experiências vividas pela personagem da obra.
Eles sentiam que os objetos ao seu redor eram desproporcionalmente grandes ou pequenos. Além disso, eles tinham alucinações comparáveis a de um usuário de LSD, como a falta de noção de tempo. As sensações podiam ocorrer várias vezes ao dia e durar de minutos a semanas.
Leitor assíduo de Carroll, Todd chamou a Síndrome de “Alice no País das Maravilhas”, mas muitos a também chamam de Síndrome de Todd. A doença está associada a tumores cerebrais e ao uso de drogas psicoativas, como cogumelos alucinógenos e LSD. No entanto, sua principal causa é a enxaqueca. A síndrome afeta, geralmente, crianças e adultos que têm dores de cabeça constantes.
A doutora Sheena Aurora, uma neurologista especialista em enxaqueca da Universidade de Stanford, foi a primeira cientista a fazer uma ressonância magnética no cérebro de uma pessoa durante uma das crises. De acordo com Aurora, em entrevista ao The New York Times, a atividade elétrica da doença causava um fluxo sanguíneo exagerado nas partes do cérebro que controlam a visão, a forma e o tamanho.
O tratamento para a síndrome é muito parecido com o da enxaqueca. O paciente precisa ingerir muitos líquidos, comer comidas leves, descansar em algum local escuro e tomar remédios para a dor de cabeça.
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