DTNs - Dracunculíase - Infecção pelo Verme da Guiné
Um parasita que atormenta a humanidade desde a antiguidade está próximo de se tornar a segunda doença humana erradicada. “Estamos nos aproximando do fim do último verme-da-guiné que viverá na Terra”, declarou o ex-presidente americano Jimmy Carter (o Carter Center liderou o trabalho de erradicação).
Ao contrário do programa de erradicação da pólio, a missão de eliminação do verme-da-guiné não foi acompanhada pelo público. Afetando algumas das mais pobres e remotas comunidades da África – 97% dos casos estão no Sudão do Sul –, o verme-da-guiné é uma infecção parasítica provocada pelo nematoide Dracunculus Medienensis. Essa é a única doença transmitida unicamente por ingestão de água e os humanos são seu único hospedeiro, relata James Hughes, professor de medicina e saúde pública da Emory University. A doença se espalha quando os aldeões consomem água com pulgas que abrigam as larvas do verme-da-guiné. Essas larvas chegam à maturidade dentro do organismo humano e emergem depois de um ano como vermes completamente desenvolvidos, com comprimento entre 61 e 91 cm, que geralmente saem pela perna ou pelo pé. É um processo muito doloroso e as pessoas normalmente colocam o membro afetado na água para aliviar a sensação de queimação, o que faz o ciclo recomeçar.
Dracunculíase ou Dracunculose (do latim, dracuncùlus: 'pequeno dragão ou peixe venenoso'), também chamada doença do verme-da-guiné (DVG), é uma infecção causada pelo verme-da-guiné. A pessoa é infectada ao ingerir água contendo pequenos copépodes da ordem Cladocera (pulgas-d’água) infestados por larvas do verme-da-guiné. Na fase inicial da infecção não há sintomas aparentes. Cerca de um ano após a infecção, a pessoa apresenta uma dolorosa sensação de queimação quando a fêmea do verme forma uma bolha na pele, geralmente nos membros inferiores. Semanas mais tarde, o verme então rompe o tecido cutâneo e surge através da pele. Nesse estágio a pessoa poderá apresentar dificuldades para caminhar e trabalhar. É bastante incomum a morte em decorrência da doença.
O homem é o único animal conhecido que pode ser infectado pelo verme-da-guiné. O verme mede cerca de um ou dois milímetros de largura, e a fêmea adulta pode alcançar de 60 a 100 centímetros de comprimento (os machos são consideravelmente menores). Fora do organismo humano, os ovos podem sobreviver por até três semanas. Eles devem ser ingeridos pelas pulgas-d’água antes desse prazo. A larva pode sobreviver até quatro meses no interior das pulgas-d’água. Dessa forma, a doença deve ocorrer a cada ano em humanos situados em determinada área afetada. O diagnóstico normalmente pode ser feito baseado nos sinais e sintomas da doença.
A prevenção exige o diagnóstico ainda na fase inicial da doença, e em seguida, evitar o contato das feridas das pessoas infectadas com a água potável. Outros esforços incluem a ampliação do acesso à água limpa, e também a filtração da água quando ela não está limpa. A filtragem por tecido normalmente é suficiente para eliminar o risco de proliferação. A água potável contaminada também pode ser tratada com o composto químico temefós para exterminar as larvas. Não existe medicação ou vacina contra a doença. O verme pode ser removido ao longo de algumas semanas, enrolando-o lentamente ao redor de uma vareta. As úlceras formadas pelo verme emergente podem sofrer infecções bacterianas. A dor pode continuar durante meses após a retirada do verme.
Em 2013 havia 148 casos reportados da doença. É uma considerável diminuição em comparação com os 3,5 milhões no ano de 1986. Ela ainda persiste em quatro países na África, enquanto na década de 1980 eram vinte os países afetados. O país com maior número de casos é o Sudão do Sul. Esta provavelmente será a primeira doença parasitária a ser erradicada. A doença do verme-da-guiné é conhecida desde a antiguidade. Ela é mencionada pelos egípcios no Ebers Papyrus, de 1550 AC O nome Dracunculíase é derivado do termo em Latim "doença do pequeno dragão", enquanto o nome verme-da-guiné surgiu após os europeus identificarem a doença na Guiné, país localizado na costa da África ocidental, no século XVII. Uma espécie similar ao verme-da-guiné causa a doença em outros animais. Aparentemente, esta outra espécie não afeta os seres humanos. Ela é classificada como uma doença tropical negligenciada.
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