Views

AVISO LEGAL e o Que são Doenças Raras

✔ Doenças Raras Doem® - A palavra doença é derivada do latim dolens, ēntis no sentido de que se aflige, que causa dor, padecimento. É o distúrbio das funções de um órgão, da psique ou do organismo como um todo e está associado a sinais e sintomas específicos.

As informações disponibilizadas nesta página devem ser utilizadas apenas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.

As DRs - Doenças Raras - são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas e variam não só de doença para doença, mas também de pessoa para pessoa acometida pela mesma condição.
 
O conceito de DR, segundo a OMS - Organização Mundial de Saúde, são doenças que afetam até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos, ou seja, 1.3 para cada 2 mil pessoas.
 
Existem de seis a oito mil tipos de Doenças Raras, em que 30% dos pacientes morrem antes dos cinco anos de idade; 75% delas afetam crianças e 80% têm origem genética. Algumas dessas DRs se manifestam a partir de infecções bacterianas ou causas virais, alérgicas e ambientais, ou são degenerativas e proliferativas.

EMPP - Esclerose Múltipla Primária Progressiva

EMPP - Esclerose Múltipla Primária Progressiva

Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR) ou surto remissão:


Esta forma de EM é caracterizada por surtos de início súbito, mas de curta duração, seguidos por recuperação completa (ou parcial com sequelas mínimas). Não há progressão da doença fora dos períodos de surtos, e o paciente pode ficar  meses ou anos sem sinais da da EM. Este padrão de EM é responsável por 85 a 90% dos casos iniciais. No entanto, a maioria dos pacientes com EMRR irá eventualmente entrar numa fase progressiva da doença, chamada Esclerose Múltipla Secundaria Progressiva (EMSP).

Formas de apresentação da EM

A EM é habitualmente dividida em quatro tipos: esclerose múltipla recidivante remitente (EMRR), esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP), esclerose múltipla primária progressiva (EMPP) e esclerose múltipla primária recidivante (EMPR).

O curso clínico da doença segue usualmente um padrão, ao longo do tempo, caracterizado por episódios agudos com agravamento, deterioração progressiva da função neurológica, ou uma mistura de ambos (Lublin; Reingold, 1996).

Há fatores preditivos de um curso de doença mais severo, nomeadamente recidivas frequentes nos primeiros dois anos, um curso progressivo no início da doença e o gênero masculino (Noseworthy et al, 2000).


Esclerose Múltipla Recidivante Remitente


A EMRR é caracterizada por períodos de surtos seguidos de períodos de recidiva. Pode provocar incapacidade temporária, mas, após os surtos, o doente acaba, em determinadas situações, por recuperar algumas funções. No entanto, com o aumento gradual do número de surtos, o grau de incapacidade vai aumentando. O tempo que medeia os surtos é totalmente imprevisível, podendo variar desde semanas até anos (EMSP, 2008).

Esta forma de EM está presente em cerca de 80% dos doentes. Os sinais e sintomas típicos de um surto permanecem durante um período de vários dias, acabando por estabilizar e, em muitas situações, a melhoria e recuperação de incapacidade adquirida são visíveis, quer espontaneamente, quer como resposta à administração de corticosteróides (Noseworthy et al, 2000).



Esclerose Múltipla Secundária Progressiva


Habitualmente, a EMSP desenvolve-se em doentes com EMRR que deixaram de apresentar períodos de remissão. Após uma recidiva, a persistência de sinais de disfunção do sistema nervoso central pode provocar uma progressão da doença, caracterizando esta forma de apresentação da doença (Noseworthy et al, 2000). Esta progressão pode ainda apresentar recidivas, com períodos de remissão pouco significativos (Lublin, Reingold, 1996).

Estudos realizados na década passada demonstraram que é potencialmente mais simples definir a EMPP. A progressão previsível não depende directamente do género nem da idade de início da doença, ou do local anatómico envolvido no primeiro quadro clínico. As flutuações da doença devidas a recidivas não são comuns neste tipo de esclerose (Cottrell et al, 1999).

Por outro lado, Lublin e Reingold (1996) referem, no estudo realizado para obtenção de consensos nesta matéria, que não existe definição unânime para este subtipo de EM. Entre as definições abordadas, alguns dos peritos consultados consideraram que esta forma de apresentação da doença pode ser caracterizada por uma combinação de recidivas e progressão, no entanto, outros consideraram que a EMPR se caracteriza por uma progressão desde o início da doença, com períodos de agudização associadas a agravamento dos sintomas.

A EMPP é, sem dúvida alguma, a menos comum, caracterizando-se por crises lentas e mantendo o agravamento dos sintomas, envolvendo locais do SNC e não havendo remissão da crise inicial (Kenealy, Pericak-Vance, Haines, 2003). Existe uma tendência de agravamento gradual, com possibilidade de desenvolvimento de tetraparésia, declínio cognitivo, perda de visão, síndromes relacionados com o tronco cerebral, disfunções sexuais, vesicais e intestinais (Noseworthy et al, 2000).


Esclerose Múltipla Primária Recidivante



Segundo a definição, obtida por consenso de peritos, no já mencionado grupo de discussão criado para o efeito, a EMPR caracteriza-se por ser progressiva desde o início, com períodos de surto perfeitamente identificáveis, com recuperação total ou parcial. Os períodos entre os surtos são caracterizados por uma progressão contínua dos sintomas (Lublin; Reingold, 1996).


Incidência e Prevalência

Na Europa, mais de 400.000 pessoas têm EM, diagnosticados maioritariamente entre os 20 e os 40 anos (EMSP, 2008), no entanto nos países do Sul da Europa e Mediterrânicos, considera-se que a doença tem prevalências subestimadas (Sá et al, 2006).

Em Portugal e Espanha, os estudos de prevalência existentes até 1980 baseavam-se apenas em registos hospitalares e dados sobre a mortalidade. Com o desenvolvimento do Sistema de Saúde em Espanha, a partir de 1990 foi possível realizar estudos de prevalência com dados mais fiáveis, tendo-se chegado a um valor de 32 a 65 por 100.000 habitantes (Pugliatti; Sotgiu; Rosati, 2002).

O primeiro estudo de prevalência da EM em Portugal remonta aos anos 70 e foi realizado com informação relativa a três Hospitais de Lisboa, tendo sido encontrada a prevalência de 15 por 100.000, que se considerou, na altura, subestimada (Sá et al, 2006).

O estudo de prevalência da EM mais recentemente realizado em Portugal, refere-se ao distrito de Santarém, e revelou um valor de prevalência de 46,3/100.000 (Sá et al, 2006).





Comente e compartilhe este artigo!

Referências

ALMEIDA, L.H.R.B.; ROCHA, F.C.; NASCIMENTO, F.C.L.; CAMPELO, L.M. Ensinando e aprendendo com portadores de Esclerose Múltipla: relato de experiência. Revista Brasileira de Enfermagem, v.60, n.4, p.460-463, 2007.

ANGERAMI-CAMON, V.A. et al. E a psicologia entrou no hospital. São Paulo: Pioneira, 1998.

ANGERAMI-CAMON, V. A.; TRUCHARTE, F. A. R. Psicologia hospitalar: teoria e prática. São Paulo: Pioneira, 2001.

ANGERAMI-CAMON, V.A. Novos rumos na psicologia da saúde. São Paulo: Pioneira, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESCLEROSE MÚLTIPLA. Incidência e Tratamento. ABEM. Disponibilidade:<http://www.abem.org.br/incidencia.html>. Acesso em: 29 jul. 2010.

BRUST, J. C. M. A pratica da neurociência: das sinapses aos sintomas. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2000.

CALLEGARO, Dagoberto. Diagnóstico e tratamento da esclerose múltipla. Academia Brasileira de Neurologia: São Paulo. 2001.

COSTA, C. C. R.; FONTELES, J. L.; PRAÇA, L. R.; ANDRADE, Â. C. O adoecimento do portador de esclerose múltipla: percepções e vivências a partir da narrativa de dois casos clínicos. Revista brasileira em promoção da saúde, Fortaleza, v.18, n.3, p.117-124, 2005.

HAASE, V.G.; LACERDA, S.S.; LIMA, E.P.; LANAPEIXOTO, M.A. Desenvolvimento bem-sucedido com esclerose múltipla: um ensaio em psicologia positiva. Estudos de Psicologia, v.10, n.2, p.295-304, 2005.

IBGE. Doenças crônicas atingem quase um terço da população brasileira. 2005. Disponibilidade:http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_ noticia=370&id_pagina=1 . Acesso em: 29 jul 2010.

JEAMMET, P.; REYNAUD, M; CONSOLI, S. Psicologia médica. 2. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2000.

KALB, R. C. Esclerose Múltipla: perguntas e respostas. São Paulo: Atlas; 2000.

MACHADO, A. M. O. Doenças crônicas. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v.42, n.1, 2006.

MARTINS, L. M.; FRANÇA, A. P. D.; KIMURA, M. Qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v.4, n.3, p.5-18, 1996.

MELARAGNO FILHO, R. Esclerose múltipla: manual para pacientes e suas famílias. São Paulo: ABEM, 1992.

MINAYO, M.C.S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1999.

MORAES, R. Análise de Conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v.22, n.37, 1999.

MORALES, R.R.; MORALES, N.M.O.; ROCHA, F.C.G..; FENELON, S.B. ; PINTO, R.M.C.; SILVA, C.H.M. Qualidade de vida em portadores de esclerose múltipla. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v.65, n.2, p.454-460, 2007.

NASSAR JÚNIOR, A.P.; PIGNATARO, D.S.; FUZARO, M.M.; TILBERY, C. P. Questões éticas na esclerose múltipla sob o ponto de vista de médicos. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v.63, n.1, p.133-139, 2005.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção de doenças crônicas: um investimento vital. 2005. Disponibilidade: <http://www.who.int/chp/chronic_disease_report/contents/en/index.html >. Acesso em: 29 jul 2010.

RIZZINI, I.; SARTOR, C. D.; CASTRO, M. R. Pesquisando: guia de metodologias de pesquisa para programas sociais. Rio de Janeiro: Ed. Universitária Santa Úrsula, 1999.

SAMUELS, M. A. Manual de neurologia: diagnóstico e tratamento. 4.ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1992.

SANTOS, M.A.R.; MUNHOZ, M.S.L.; PEIXOTO, M.AL.; HAASE, V.G.; RODRIGUES, J. L.; RESENDE, L.M.. Contribuição do Mismatch Negativity na avaliação cognitiva de indivíduos portadores de esclerose múltipla. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v.72, n.6, p.800-807, 2006.

SANTOS, S. R. Métodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomédica. Jornal de Pediatria, v.75, n.6, p.401-406, 1999.

SIMONETTI, A. Manual de psicologia hospitalar: o mapa da doença. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

VALENTIM, F. M. O diagnóstico de câncer de mama e suas implicações frente às estratégias de enfrentamento da doença. Itajaí. 53p. Curso de Psicologia. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade do Vale do Itajaí, 2005.


WILTERDINK, J. L; DEVINSKY, O.; FELDMANN, E. Manual do residente em neurologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Vitrine