A Supergonorreia é um tipo de Gonorreia que se tornou uma superbactéria, ou seja, desenvolveu mecanismos de resistência a antibióticos e tratamentos existentes para a doença. De acordo com pesquisadores de diversos países, a mutação tem capacidade de desenvolver barreiras contra todas as medicações recomendadas para o tratamento da Gonorreia e representa uma ameaça à saúde pública global, podendo se espalhar pelo mundo dentro de dez anos.
A Public Health England (PHE), autoridade de saúde da Inglaterra, onde 15 casos dessa variação resistente da doença já foram notificados, ressaltou que está preocupada com a disseminação da doença, que poderia colocar em xeque a eficácia do tratamento atual contra Gonorreia. Outro fato preocupante, é que em 10% dos homens e quase a metade das mulheres com Gonorreia não há manifestação de sintomas, o que faz com que fiquem sem tratamento por um tempo.
O sexo oral e a queda no uso de preservativos estão ajudando a disseminar a Superbactéria da Gonorreia e a torná-la cada vez mais difícil de ser tratada.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) alertou que o tratamento está cada vez mais difícil e, em alguns casos, impossível. Isso porque a doença sexualmente transmitida (DST) está rapidamente desenvolvendo resistência a antibióticos.
Do total de pessoas afetadas todos os anos, cerca de 35,2 milhões vivem na região Pacífico Ocidental da divisão estabelecida pela OMS (Austrália, ilhas do Pacífico, China, Japão, etc.), 11,4 milhões na região do sudeste da Ásia, 11,4 milhões na África; 11 milhões, nas Américas, 4,7 milhões na Europa, e 4,5 milhões no Mediterrâneo Oriental.
O que é a Gonorreia?
A Gonorreia, ou Blenorragia, Uretrite Gonocócica, esquentamento, é uma doença infectocontagiosa sexualmente transmissível, causada pela bactéria neisseria gonorrhoeae que infecta especialmente a uretra, canal que liga a bexiga ao meio externo. Ela ocorre quando o gonococo se liga por meio das fímbrias às células mucosas do epitélio. Esta doença se caracteriza pela liberação de pus, sendo liberado, pois a invasão da bactéria no órgão genital desencadeia uma inflamação. Em homens, uma única exposição não protegida, resulta em infecção com Gonorreia em 20% a 35% das vezes. As mulheres tornam-se infectadas em 60% a 90% das vezes com uma única exposição.
Entre os infectados, um em dez homens heterossexuais, além de mais de três quartos das mulheres e de homens homossexuais não têm sintomas facilmente reconhecidos.
Existem apenas três drogas sendo produzidas e não há garantia de que alguma funcione. Segundo a OMS, vacinas serão necessárias para interromper a dispersão da Gonorreia.
Desde a introdução da penicilina, que garante uma cura rápida e confiável, a Gonorreia vem desenvolvendo resistência a todos os antibióticos.
Nos últimos 15 anos, a terapia precisou ser trocada três vezes por conta do aumento das taxas de resistência no mundo. Neste momento usam-se drogas como último recurso, mas há sinais preocupantes de falha no tratamento devido a cepas resistentes.
Quais os sintomas da doença?
Os homens normalmente sentem dor ao urinar e saída de secreção purulenta pela uretra. Cerca de 80% dos homens infectados mostram estes sintomas após um período de incubação de apenas alguns dias, a maioria mostra sintomas em menos de uma semana.
Em mulheres, a doença, na maioria dos casos, é assintomática. Somente a cervice é infectada.
Se a gonorreia não for tratada, o que pode ocorrer?
Em homens e mulheres, a Gonorreia não tratada pode se disseminar por meio da corrente sanguínea, se espalhando pelo corpo e se tornar uma doença grave. Complicações da Gonorreia podem envolver as articulações, o coração, os olhos, a faringe, a pele e outras partes do corpo.
Ainda, nos homens, a infecção pode alcançar o testículo e o epidídimo e pode causar infertilidade. Nas mulheres, chega ao útero, às trompas e aos ovários e provoca um processo inflamatório que, além da infertilidade, é responsável por uma complicação grave, às vezes, fatal, chamada Doença Inflamatória da Pélvis.
Quais os meios de transmissão?
As infecções gonorreicas podem ser adquiridas por meio do sexo oral, vaginal e anal, além disso, ela pode ser transmitida para a criança pela mãe durante o parto. O aumento da atividade sexual com múltiplos parceiros e o fato de que a doença na mulher pode ser assintomática, contribuíram consideravelmente para o aumento da incidência de Gonorreia e outras DSTs, no mundo. O uso de contraceptivos orais também contribuiu para esse aumento, pois eles são usados, atualmente, em substituição a preservativos, o qual ajuda a prevenir a transmissão da doença.
Qual é o tratamento?
As diretrizes para o tratamento da Gonorreia requerem constante revisão devido ao surgimento de resistência. Para a Gonorreia que afeta a região anal e genital, a recomendação atual é inicialmente utilizar as cefalosporinas, como a ceftriaxona ou o cefixime em associação com azitromicina. É também é necessário tratar parceiros sexuais de pacientes, para diminuir o risco de reinfecção e a incidência de DST em geral.
É difícil tratar a Supergonorreia ?
O sexo oral tem contribuído na produção de uma perigosa forma de Gonorreia, e o declínio no uso da camisinha está ajudando a espalhar a doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A entidade alerta que se alguém contrai Gonorreia, agora ela é muito mais difícil de tratar - em alguns casos, impossível. Isso porque a DST está rapidamente desenvolvendo resistência a antibióticos. Especialistas dizem que a situação está "bastante sombria" com poucos medicamentos à vista.
Em torno de 78 milhões de pessoas contraem DSTs por ano e elas podem causar infertilidade em casos não tratados. A OMS analisou dados de 77 países que mostraram que a Gonorreia resistente a antibióticos se espalhou por várias nações.
Casos de Supergonorreia foram encontrados em três países - Japão, França e Espanha - nestes, a infecção era simplesmente intratável. A Gonorreia é uma bactéria muito esperta, toda vez que se introduz uma nova classe de antibióticos no tratamento, a bactéria adquire resistência.
A grande maioria das infecções de Gonorreia ocorre em países pobres onde a resistência (aos antibióticos) é ainda mais difícil de detectar.
Outro fato agravante foi a falta de investimento da indústria farmacêutica no combate a essa doença e, portanto, os novos remédios que chegam ao mercado são escassos. No caso do uso do ciproflaxacino (um dos produtos tradicionalmente usados), em 97% dos países avaliados pela OMS, foram encontrados casos de resistência. Hoje, apenas um remédio é considerado como eficiente, o ESC. Médicos britânicos de renome alertam que se surgirem variedades de Gonorreia resistentes tanto à azitromicina quanto à ceftriaxona, as opções de tratamento serão limitadas já que não existe nenhum antibiótico disponível para tratar esse tipo de infecção.
Em apenas 15 anos, a comunidade médica já foi obrigada a mudar o tratamento por três vezes diante da ineficiência dos produtos e da resistência desenvolvida. Hoje, a agência de saúde considera o cenário muito preocupante.
Segundo relatório recente do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, o número de casos de Gonorreia na Europa cresceu em 79%, já nos EUA houve um aumento de 8,2% dos casos, entre 2009 e 2013.
Sexo Oral
A Gonorreia pode infectar as genitais, o reto e a garganta, mas a que mais preocupa agentes de saúde é essa última.
A Gonorreia na garganta aumenta as chances de o micro-organismo desenvolver resistência a antibióticos, já que estes medicamentos são administrados em menor dosagem para infecções nesta área do corpo repleta de bactérias - entre as quais algumas que desenvolveram a resistência a drogas. A usar antibióticos para tratar infecções, como a dor de garganta normal, isto se mistura com as espécies Neisseria (do mesmo gênero da bactéria da gonorreia) na garganta, o que resulta em resistência.
A propagação da bactéria da Gonorreia no ambiente através do sexo oral pode levar a uma Supergonorreia.
Nos Estados Unidos a resistência (ao antibiótico) decorreu do tratamento da infecção de faringe de homens que faziam sexo com homens.
E a redução do uso de camisinhas pode ajudar à dispersão da infecção.
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Referências:
TORTORA, G. J. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012, 934 p.
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/10/1698060-mais-resistente-supergonorreia-deixa-autoridades-em-alerta.shtml
http://drauziovarella.com.br/sexualidade/gonorreia/
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/05/avanco-de-supergonorreia-que-pode-se-tornar-intratavel-preocupa-gra-bretanha.html
http://istoe.com.br/gonorreia-esta-cada-vez-mais-resistente-aos-antibioticos-alerta-oms/
http://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/101567/bacterias-que-transmitem-gonorreia-estao-se-mostra.htm
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