Embora a maioria dos casos tenha uma evolução clínica similar à de outras infecções gastrointestinais, em alguns casos a Yersiniose está associada a complicações.
Em cerca de 10% dos adultos infectados podem surgir nódulos bastante dolorosos nas pernas e pés, que são chamados de eritemas nodosos.
Outra manifestação é a inflamação das articulações, ou artrite, observada em nada menos que metade dos infectados. Já cerca de 10% a 30% das crianças acometidas pela doença apresentam também diarreia com sangue.
Outro risco, presente em qualquer processo infeccioso importante, é o de a infecção tornar-se sistêmica, ou seja, disseminar-se em todo o organismo, o que requer cuidados médicos imediatos e intensivos.
A Yersiniose tem distribuição mundial, porém é uma condição de baixa freqüência, que ocorre mais no norte da Europa, na Escandinávia e no Japão. Essa doença acomete principalmente crianças, idosos, indivíduos debilitados e imunodeprimidos, ou seja, aquelas pessoas cujo sistema imunológico não responde bem às inflamações devido a doenças e a tratamentos. Enquanto nos Estados Unidos há uma estimativa de cerca de 17 mil casos ao ano, no Brasil não há dados disponíveis para avaliação da ocorrência dessa infecção.
Causas e sintomas
Em crianças, a Yersiniose costuma se apresentar com diarreia aguda e febre. Já os adultos também se queixam de dor abdominal do lado direito, de forma bastante semelhante à manifestação principal da apendicite – tanto é assim que esse sinal clínico, denominado linfadenite mesentérica, é conhecido como pseudo-apendicite. O quadro infeccioso pode durar de uma a três semanas.
Essa gastroenterite decorre da ação das espécies da Yersinia, a Yersinia Enterocolítica e a Yersinia Pseudotuberculosis, que estão presentes em porcos, vacas, pássaros, esquilos, gatos e cachorros. A transmissão desses microrganismos basicamente se dá pela ingestão de água ou de comida contaminadas.
A Y. enterocoliticaYersinia Enterocolítica, em particular, é encontrada em uma grande variedade de alimentos, tais como as carnes de boi e de carneiro, as ostras, os peixes, o leite não pasteurizado e, principalmente, na carne suína crua ou malcozida e em seus derivados.
É importante salientar que mesmo que a conservação de tais alimentos tenha sido feita em geladeira há risco de transmissão, uma vez que esse bacilo resiste à refrigeração e a baixas concentrações de oxigênio.
Raramente, a Yersiniose pode ser adquirida pelo contato com pessoas e animais infectados, assim como por transfusões sanguíneas e pela permanência prolongada em hospitais, já que existem relatos de infecção hospitalar por esses bacilos. Vale salientar que, após a contaminação, os sintomas surgem rapidamente, em cerca de três a sete dias.
Exames e diagnósticos
Como as gastroenterites podem ser decorrentes de diferentes agentes infecciosos, o diagnóstico definitivo de Yersiniose depende do isolamento do microrganismo em exame de cultura de fezes ou em outros materiais biológicos (vômito, sangue ou apêndice).
Os testes laboratoriais de sangue para a pesquisa de anticorpos específicos contra as duas espécies da Yersínia também podem ser empregados para esse diagnóstico. De qualquer modo, a doença constitui uma daquelas situações clínicas em que a análise minuciosa dos sintomas e da história clínica do indivíduo é fundamental, dada a possibilidade de confusão diagnóstica com outras condições gastrointestinais.
Tratamento e prevenções
Em muitos casos, o tratamento pode se resumir a medidas de hidratação do doente, que poderá ser feita tanto por via oral quanto por via endovenosa, de acordo com a severidade da diarreia. O uso de antibióticos está reservado aos casos mais graves, especialmente na presença de outras doenças e nas situações em que a Yersínia ganha a circulação e se espalha para outros órgãos e tecidos. A boa notícia é que esse agente pode ser combatido eficientemente por vários antimicrobianos.
A forma mais eficiente de prevenir a Yersiniose é procurar não consumir alimentos de procedência duvidosa e carnes cruas ou malcozidas, principalmente de suínos. Da mesma maneira, deve-se evitar a ingestão de água não tratada e de leite não pasteurizado e seus derivados.
Embora dentro de casa essas medidas pareçam muito simples, nos locais públicos elas escapam ao nosso controle, principalmente porque não há conhecimento da forma como os alimentos são preparados, sobretudo aqueles vendidos por ambulantes. A falta de água corrente para higienizar as mãos, utensílios e as condições do ambiente de preparo estão diretamente implicados nos riscos de contaminação dos alimentos pelo bacilo que causa a infecção. Já em áreas habitadas por roedores e por outros animais que carregam a Yersínia, é fundamental proteger alimentos, plantações e reservatórios de água da contaminação com as fezes desses animais portadores. Como sempre, convém acrescentar que a melhoria das condições de saneamento básico das cidades igualmente contribui de modo expressivo para a prevenção da Yersiniose.
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